A investigação da saúde nos censos demográficos do Brasil*

Gabriel Borges, OLAC

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Os estudos demográficos têm diversas interações com o setor saúde, tendo sob perspectiva a população como sujeito e objeto da atenção à saúde. Censos demográficos constituem-se na mais importante fonte de informação demográfica de um país, contendo diversos temas que podem ser utilizados no planejamento e avaliação de ações em saúde.

Por definição, os censos cobrem todo o território nacional, devendo visitar a totalidade dos domicílios e obter informação de todos os indivíduos residentes no país, fazendo da abrangência e desagregação regional a sua principal riqueza. Além disso, alguns subgrupos populacionais somente podem ser identificados com precisão em operações censitárias. Parte do questionário dos censos demográficos brasileiros é coletada por amostragem, processo que tem sido adotado desde o Censo 1960. O tamanho da amostra de um censo é, contudo, significativamente maior do que o de qualquer outra pesquisa domiciliar. Uma das principais limitações dos censos diz respeito à sua periodicidade. Por ser uma operação complexa e dispendiosa, os censos demográficos brasileiros ocorrem, tradicionalmente, a cada 10 anos. Além disso, a entrevista dos censos deve se dar de maneira rápida, o que limita a quantidade e complexidade das perguntas, ainda que os censos brasileiros figurem entre os que possuem os questionários mais extensos.

As principais informações fornecidas pelos censos demográficos brasileiros relacionadas à saúde são: distribuição da população por sexo e idade; quesitos que permitem a mensuração da mortalidade e fecundidade através de técnicas demográficas indiretas; existência de registro de nascimento; pessoas com deficiência; indicadores demográficos e socioeconômicos que atuam como determinantes e condicionantes em saúde.

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